domingo, 30 de outubro de 2011

Deus e a morte



Quando passamos por uma perda inesperada de um ente (pais, ou filhos), fazemos algumas perguntas como: “Deus quis?” “Estava na hora dele ou foi uma fatalidade?” Ou seja, nossa mente custa acreditar que Deus poderia ter algo há ver com aquela perda.

Primeiramente, gostaria de dizer que Deus não quis, jamais Deus gostaria de abrir uma enorme ferida no coração de seus filhos que passarão a conviver com aquela dor para sempre. Dizer que, Deus quer a morte de um filho é, de certa forma, negar o amor Dele por nós.

Por outro lado, dizer que foi uma fatalidade, ou seja, a pessoa estava na hora e lugar errado, não seria também o correto, pois assim, estaríamos negando que Deus é o Senhor da nossa vida, isto é, estaríamos negando que Deus pode tudo e até mesmo nos livrar da morte diante muitas circunstancias de fatalidades.

No mundo, sempre houve situações de fatalidades, ou seja, sempre existiram vitimas de mortes subidas. Sempre houve assassinatos, acidentes fatais, e outras diversas mortes de repentes os quais muitas vezes, se denominamos fatalidade. Em suma, a fatalidade não é um fenômeno dos tempos atuais.

A questão entretanto é que um dia viemos a este mundo e um dia dele sairemos, voltando para a casa do Pai, Jesus disse: “...não somos deste mundo...”, portanto, nossa passagem por aqui é por um período, que pode ser breve, médio ou longo. Também, a Palavra diz no Salmo 138 que Deus nos conhece mesmo antes de nascermos, ou seja, Ele tem pleno conhecimento de nossa vida do inicio ao fim neste mundo e na eternidade. Portanto, nosso tempo aqui está pré-determinado por Deus. Sendo assim, partindo deste principio, o dia que chegar a hora de irmos embora daqui, iremos de uma forma ou de outra e no momento determinado por Deus. Portanto, colocarmos como fatalidade à morte ou negar a hora de Deus é, de alguma maneira, questionar Deus, o que não nos trará nenhum beneficio, pelo contrario, é não aceitar os desígnios de Deus.

A morte de um ente amado é difícil de aceitar, pois é uma sensação da perda de um membro físico de nosso próprio corpo. O Ser humano, não nasceu para morrer, e a morte é uma percepção de fim. Portanto, ao perdermos um ente, mesmo acreditando na vida eterna, esta percepção fica, pois dentro de nosso Ser, está toda as emoções vividas com este ente que se foi e o qual temos dificuldades em trabalhar nosso emocional, por isto, que devemos entregar toda esta perda nas mãos de Deus, para que aos poucos Ele vai curando este trauma emocional.

Em suma, a morte não deve ser vista como uma fatalidade, nem como se fosse da vontade de Deus, pois pensando assim, estamos diminuído o amor e o poder Dele sobre nós e sobre tudo, mas sim, ser encarada como designo e mistério do amor Dele por nós. Pensar que Deus quis é também, não compadecer com a morte que Ele sentiu ao ver Seu único filho morrer, e como São Paulo diz: “...morte de cruz...”. Por mais que sintamos a dor de perder um ente, precisamos nos colocar diante de Deus as nossas misérias, nossas duvidas, fraquezas, mas também procurar sustentar nossa fé que é a certeza do amor de Deus por todos nós e confiarmos em Suas promessas de salvação, acreditando que a morte não é um fim, mas uma passagem de uma vida limitada para a vida eterna, sempre confiando que em Deus estão as respostas que hoje não compreendemos, mas que um dia, segundo a vontade e tempo de Deus, será revelada em nós.

Ataíde Lemos
Poeta e escritor 

domingo, 2 de outubro de 2011

Deus nos refaz




Deus nos refaz


Há momentos que queremos parar
Muita dor abafa a alegria no coração
Parece não haver esperanças no olhar
Sentimos perder o teto e também o chão.

Há momentos que tudo é apenas nada
E que as luzes cedem lugar à escuridão
Não vemos horizonte na caminhada
E nos mergulhamos em imensa solidão.

Nestes momentos somos pego pelas mãos
Deste Deus conhecedor de nossas dores
Que nos abraça livrando-nos das prisões.

Prisões da falta de rumos e das tristezas,
Prisões de nossa pequenez e das  fraquezas
Refazendo-nos, tornando novas criaturas.


Ataíde Lemos