domingo, 20 de dezembro de 2009

Bodas de Caná; a figura de Maria e o vinho novo.



















          Gostaria de fazer uma reflexão sobre uma passagem evangélica onde Jesus transforma água em vinho numa festa de casamento. Passagem esta conhecida como Bodas de Caná da Galileia.
         Este evangelho é rico em detalhes, porque envolve a missão de Jesus, o papel de Maria. É um evangelho de profundos ensinamentos teológicos como também pode ser analisado sobre o aspecto humano e histórico de Jesus.
          Pois bem, numa primeira analise podemos perceber que Jesus não é contra a bebida; contra a festa; contra a alegria. Podemos estender nossa imaginação na certeza que Jesus também participava daquela festa, quem sabe até bebendo vinho com seus amigos, festejando o casamento. Então, neste sentido, não devemos endemonizar a bebida. O mal não é o que entra no homem, porém, sim o que sai da boca do homem. Não há pecado algum em se tomar bebidas alcoólicas, desde que, para esta pessoa ela (bebida) não seja motivo para o encorajamento ao pecado, ou que a pessoa não tenha uma doença química, ou mesmo, que o uso da bebida possa provocar outras doenças de ordem orgânica. Este discernimento deve partir do homem.
          Um outro ponto que devemos atentar é a presença de sua mãe. Maria está naquela festa, não apenas como simples convidada, pelo contrario, está trabalhando, está na cozinha e atenta a todas as preocupações da família e assim, vê o desespero quando em pleno casamento falta o principal para a festa; o vinho – que na passagem evangélica podemos deduzir o vinho tem como simbolismo a alegria. Quando Maria vai até Jesus pedir que faça algo, certamente em seu coração ela sabe que seu filho pode resolver aquela situação.
          O pedido de Maria podemos entender como uma intercessão feita por ela, não a pedido da família, mas pela sua própria vontade, por ver que a família se encontrava em situação difícil diante a falta do vinho.
          Maria está atenta a tudo que ocorre com seus filhos, ela não é uma figura histórica, mas sim atuante, presente e que sempre acolhe os pedidos de seus filhos e apresenta a Jesus. O máximo que Jesus responde a sua mãe diante nossos pedidos é que nossa hora ainda não chegou, e assim, ela caminha conosco nos momentos de agonia até chegar a nossa hora e Jesus realize as graças por ela pedida.
          Entre Jesus e o Pai há um único mediador e intercessor, porém entre a humanidade e Jesus há inúmeros intercessores, isto pode constatar nos próprios evangelhos. Quantas e quantas vezes Jesus realizou vários milagres a pedidos? O centurião é um exemplo, um homem que nem era seguidor de Jesus. Porque sua mãe não seria esta grande intercessora?
          Diante o pedido de sua mãe e a primeira resposta dele leva-nos a deduzir que Jesus tinha ciência de sua missão e assim, diz que sua hora ainda não chegou, porém não resiste ao apelo da mãe.
Outra vez Maria nos surpreende ao não questionar Jesus sobre sua resposta, mas pedir aos servos que fizessem tudo que seu filho mandasse. Aqui vemos que Maria tem plena consciência de seu papel como apenas intercessora e como serva.
          Por fim, o milagre da transformação da água em vinho é uma mensagem salvífica rica de interpretações. A transformação da água em vinho podemos refletir sobre a mudança do homem velho para o homem novo; podemos interpretar o vinho como o sangue de Jesus derramado na cruz e que libertou o homem do pecado; o vinho que foi transformado em sangue na ultima ceia e que santifica o homem; o vinho agora sangue de Cristo que é bebido e produz salvação, libertação transformação dá sabor a vida continuando a alegria da festa que é o Reino de Deus aqui na terra.

Ataíde Lemos

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