quinta-feira, 19 de abril de 2012

Maria, mãe de Jesus e mãe de Deus


Maria, uma mulher admirada aos olhos de Deus é escolhida para ser a Mãe do Salvador. Uma jovenzinha que encontrou Graças aos olhos de Deus, mesmo sem entender nada diz sim ao projeto de Deus, apenas faz uma indagação: como conceber um filho se ela jamais teria tido relação com homem algum? Mas o anjo responde (Lc. 1,35)... o Espírito Santo virá sobre você e a força do Altíssimo lhe cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus.

Maria é mãe de Jesus e mãe de Deus? Esta pergunta pode ser respondida se interpretarmos a Palavra de Deus segundo o Espírito Santo. Vejamos que na saudação o anjo diz que aquele que dela nasceria seria filho do Altíssimo. Noutra passagem, Isabel não sabia que Maria estava grávida e no entanto a presença de Maria em sua casa Isabel a saúda dizendo: (Lc. 1,43) Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação veio aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre.

Para os judeus a palavra Senhor é somente pronunciada para Deus. Por estas palavras, seja do anjo, seja de Isabel podemos deduzir que Maria não é mãe somente de Jesus enquanto homem, mas torna-se também mãe de Deus a partir da encarnação de Jesus. Dizer que Maria não é mãe de Deus, em outras palavras é negar a divindade de Jesus.

Quando olhamos para Maria e percebemos sua atitude diante de Jesus ainda a admiramos mais, ela teve a incumbência de educá-lo, de formá-lo no seu caráter. Maria soube como ninguém sentir as angústias de Jesus. Quando Jesus assume sua vida pública ela assume a qualidade de primeira discípula de seu filho.

No evangelho seu nome aparece pouco, o evangelista que mais se atem a ela é Lucas, este procura mostrá-la como aquela que serve, a serva que mesmo tendo uma grande importância para a história da salvação torna-se a menor de todas, se prestarmos atenção veremos que Maria está sempre a servir. Serve sua prima Isabel; serve nas bodas de Caná. Maria é aquela que durante a vida pública de Jesus está o acompanhando de perto seus ensinamentos. Maria viveu para seu Filho.

Quando também refletimos Jesus como pessoa humana, podemos perceber que ele é na realidade um modelo de sua mãe, seja na aparência e mesmo no comportamento. Hoje a ciência diz que trazemos carga genética de nossos pais, isto é, somos uma soma de pai e de mãe, trazemos dentro de nós toda uma herança hereditária.

Jesus como pessoa humana sendo filho biológico somente de Maria, traz consigo toda esta herança genética de sua mãe, na verdade aquele sangue descido da cruz era o sangue de sua mãe (literalmente).

É importante também, dizer que quando Jesus ressuscita, o local onde ocorrem as reuniões dos apóstolos é na casa de Maria, como diz o livro do atos dos apóstolos. Por este acontecimento podemos deduzir que com a morte de Jesus, Maria assume a responsabilidade de condução dos discípulos, cabe a ela ser aquela que conforta, motiva os apóstolos a prosseguirem a missão dada por Jesus à eles.

O que fica para nós sobre esta esplêndida mulher é o modelo de Fé, modelo de serviço, modelo de amor ao próximo. O que fica para nós é a certeza que Maria foi e é uma mulher muito importante para a história da salvação.

Maria não foi simplesmente a genitora ou simplesmente a escolhida para trazer a Salvação. Mas foi aquela que, a partir do seu sim, Deus cria um novo mundo. Não aquele mundo onde a mulher, pela vaidade, pelo egoísmo destruiu, mas o mundo que através da sua humildade, Maria destrói a serpente. Enquanto uma mulher com o seu NÃO, destruiu todo o projeto de Deus, Maria, com o seu SIM, reestabeleceu a aliança do povo com Deus na pessoa de Jesus.

Ataíde Lemos 
Escritor e poeta

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O papel das entidades religiosas em relação ao aborto



Hoje a lei autoriza o aborto em caso de estrupo, risco de morte da mãe consequencia da gestação e criança com anencefalia. Certamente, amanhã será por outras anormalidades como cegueira, falta de membros, síndrome de down, autismo e assim consequentemente. Enfim, somente nascerão crianças “normais”.

Ao analisamos o aborto, um dos aspectos que gostaria de destacar e que acredito ser fator fundamental para faze-lo ou não, implica-se em relação ao valor que se dá à vida. Este valor a vida, não se refere num valor relativo, mas sim um valor absoluto, pleno da palavra “Vida”.

Certamente, qualquer pessoa que tenha uma formação de valores éticos, morais, mas sobretudo, valores espirituais têm ciência do que representa uma vida humana, seja ela ultrainterina, seja ela marginalizada socialmente; seja ela qual sexo, credo, etnia for, mantém sempre lutando em seu favor e a defendendo.

Infelizmente, cada vez mais, haverá o apelo pela liberação do aborto, segundo alguns relatam, esta é uma tendência mundial, e pressão de entidades vinculada as Nações Unidas. Ou seja, mais cedo ou mais tarde, mesmo contra a vontade da maioria da sociedade, haverá pressões em seus governantes para a liberação do aborto e eles cederão.

Diante desta realidade futura, o que fará com que a sociedade adere ou não ao aborto será a educação; o fortalecimento da valorização da vida e, isto se dá por meio da educação familiar; através de um desenvolvimento real da espiritualidade. Neste sentido, cabem as entidades espirituais promoverem ações que enraízam e se solidificam nas pessoas.

No ocidente, estamos vivendo uma fase contemporânea onde as religiões estão perdendo suas forças persuasivas, ou seja, muito embora, uma maioria da sociedade participe de algum credo religioso elas não seguem os ensinamentos de seus lideres religiosos. Isto é muito fácil de ser notado em suas posições contrarias aos que lhe são repassados pelos seus lideres.

Também é preciso ressaltar que as pessoas, cada vez mais, estão se individualizando, isto é, estão deixando de pensar coletivamente, para olhar somente para dentro de si, uma ideologia egoísta “O importante é o que é bom para mim e não para o outro”. Estamos também vivendo um sectarismo ideológico, onde cada grupo pensa diferentemente uns dos outros e assim, crescem a demanda por leis que satisfaçam a todos os segmentos sociais, étnicos, credos, etc. Certamente, isto tem colaborado para certas leis e ações estarem indo contra o pensamento da maioria. Por fim, toda esta nova concepção de sociedade tem sido responsáveis para mudanças substancias no conceito de sociedade, de família, de valores humanos que promovem abertura de leis que atentam ao valor absoluto da vida.

Portanto, certos conceitos profundos sobre o valor absoluto da vida, somente podem solidificar na sociedade a partir de uma ação intensa das entidades que atuam nesta área, como por exemplo, as entidades religiosas. Somente as formações de valores absolutos poderão ser os sustentáculos para que a sociedade através de suas livres escolhas, possa fazer a opção da vida ao invés da morte que são as práticas abortivas que serão legalizados em breve pelo Estado.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta