domingo, 10 de outubro de 2010

Religião e Política se Misturam

Como desassociar religião de política? Ou fé de cidadania? Será que há como desassociar psicológico de biológico? Psíquico de físico?. Acredito que não pois, o Ser humano é um todo, e neste todo, também está a espiritualidade, ainda que em algumas pessoas não seja manifestada claramente.

A religião é a ponte de ligação entre o homem enquanto humano ao homem divino, ou seja, a religião liga estes dois Seres. E como ponte, ela é responsável para o desenvolvimento espiritual do homem, por sua vez, a espiritualidade transforma o homem tornando-o um Ser melhor, pois ela o revela sua condição de imortal e assim, o torna responsável pela transformação social da sociedade. Pela espiritualidade o homem descobre que todos são irmãos e filhos de um mesmo Pai. Pela espiritualidade o homem assume compromisso e responsabilidade pela vida. Em suma, através da espiritualidade o homem promove o amor a todos sem distinção.

Pois bem, ai novamente vem à pergunta: como separar a religião da cidadania? Não é possível, pois antes do homem ser cidadão ele é espiritual e deve ter suas ações enquanto Ser terreno voltado ao amor a si e ao próximo.

Um Estado Laico não significa um povo ateu, um povo que não pode expressar sua fé politicamente e usar de sua formação espiritual para manifestar suas preocupações aos rumos de seu País, pelo contrário, um Estado Laico é a admissão da manifestação religiosa de toda sociedade. Neste sentido, a sociedade precisa manifestar e estar atenta a conduta ética, moral e espiritual de seus políticos, afinal, os políticos são funcionários da Nação e o povo tem o direito de ao escolher aqueles que vão governar ter como primazia suas posições éticas, morais e espirituais independente suas crenças religiosas.

Cabe a instituição religiosa independente suas doutrinas devem orientar seus seguidores quanto aos candidatos apresentados para serem votados. O que elas não podem é serem ideológicas partidárias, ou seja, puxar sardinha para um ou outro partido, porém se preocupar com a idoneidade, seriedade e ideologia do candidato a qual vai ser votado, se assim não o fazer estará omitindo sua responsabilidade enquanto igreja.

Defender a vida é o pilar mestre de todas as entidades religiosas, neste sentido, ela não pode abrir mão. Se um candidato defende o aborto. Se um candidato coloca um direito secundário acima de um direito primeiro que é a vida a igreja tem que se manifestar e convocar seus seguidores a não eleger tal candidato, isto não significa estar interferindo no Estado, mas sim agindo como igreja. Daí a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus. Para a pessoa que tem espiritualidade a Vida é Dom de Deus, sendo assim, ela pertence a Deus. A Cezar é o compromisso político de promover o homem enquanto cidadão, dado por Deus, por meio do povo através do voto.

Ataíde Lemos

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