sábado, 6 de março de 2010

O Preconceito Religioso


















          Fico muito triste quando vejo algumas religiões dividirem os homens em dois grupos; os ímpios e os salvos. Os salvos são os que crêem em Jesus Cristo (evangélicos) e os ímpios o restante, entre eles os católicos. Agem como se Deus, no seu mais infinito amor, obrigasse as pessoas seguirem determinadas doutrinas se quiserem salvar-se ou que numa doutrina religiosa se encontra a única Verdade.

         Mesmo com a Nova Aliança, que ocorreu com o nascimento, morte e ressurreição de Jesus, ainda vivem a seguir o Antigo Testamento, onde se pregava o olho por olho e dente por dente. Onde os povos eram divididos entre ímpios e seguidores do Deus Javé.

          Jesus veio derrubar a muralha divisória espiritual que havia no Antigo Testamento, quando ele prega um novo mandamento “Amai-vos uns aos como eu vos amei” e resume os dez mandamentos em dois “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Enfim, este deve ser o principio fundamental que todo aquele que se diz cristão e deseja ser discípulo de Jesus; o restante é secundário.

          Deus pode agir no coração humano para mudança e direcionamento da vida em qualquer religião, ou   mesmo, se a pessoa não siga nenhuma, pois é no homem que se encontra o verdadeiro templo onde é a morada da Santíssima Trindade.

          Certa vez, um sacerdote relatou-me o seguinte acontecimento: uma mulher que vivia uma vida mundana, não participava de nenhuma religião. Vivia na prostituição, levava as pessoas a fazer o mesmo, já havia feito abortos, enfim, uma “Maria Madalena”. Certa vez, estava brincando carnaval, divertindo segundo seu costume, sentiu um forte calor em si e um pulsar em seu coração e de repente começou a chorar, chorar. Saiu do clube e foi se embora, já estava amanhecendo o dia. Entre o clube e sua casa começou a sentir uma grande paz em seu coração e ao passar por uma igreja ela entrou fez orações. A partir daquele momento teve uma mudança radical de vida.

          Pois bem, o padre me perguntou: onde foi que ocorreu sua conversão? Certamente, foi clube pulando carnaval. Se ao passar encontrasse uma igreja evangélica lá ela entraria, porque seu coração pulsava o carinho e o amor de Deus, no entanto, ela encontrou a igreja católica.

          Muitas pessoas têm sede de Deus, porem, mesmo seguindo determinada religião não conseguem encontra-lo, e acabam buscando em outra. Isto não deve ser visto como algo negativo, ou para maldizer determinada religião, porque foi na outra que ele mudou sua vida, mas sim, pelo contrario, deve ser interpretada como a grande misericórdia de Deus, isto é, Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca, ou seja, ele abre uma nova porta onde a pessoa possa se encontrar e, por conseguinte, fazer a sua experiência de fé.

          Em suma, Deus é amor, e não devemos continuar com a mentalidade voltada ao Antigo Testamento,   dividindo os homens entre ímpios e cristãos, pelo contrário, amar cada um com o amor de Jesus, sem deixar ser contaminado pelo egoísmo, vaidade e orgulho que leva a ver o outro como um Ser menor, pelo contrário, louve a Deus porque você encontrou sentido para sua vida, por ter provado o amor de Jesus.


Ataíde Lemos

Um comentário:

  1. Só há uma palavra para justificar o preconceito religioso - IGNORÂNCIA. A ignorância no sentido da falta de conhecimento das leis que regem o Universo Espiritual e das suas relações com o mundo corpóreo. Todas as religiões têm um traço de união comum, que é edificar a humanidade através do caráter e do sentimento, a fim de melhorar gradativamente as relações do homem com o mundo e com os seus semelhantes. Para esse ensinamento, há várias pedagogias. As religiões seriam como classes de uma mesma escola, onde há alunos mais adiantados e outros ainda na retaguarda. No entanto, aparecem linhas divisórias entre raças, castas e culturas das mais diversas, desde as indígenas até as orientais. Mas todos são filhos do mesmo Deus - estando porém, cada um em sua etapa evolutiva. Apesar das lutas de separação de pontos de vista e da incompreensão que dividem os templos nos dias atuais, ocasionando o "preconceito", do qual você Ataide, nos fala, apesar dessas divisões de variadas fronteiras dogmáticas em que se têm repelido reciprocamente as religiões e dessa visão reducionista e linear em que se colocam em seu exclusivismo, até muita vez indo contra a Ciência, ainda é a religião a escola soberana de formação moral elementar do povo, até que atinjam o esclarecimento e as luzes para a viagem rumo à sublimação.

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