O que
perdemos em acreditar em Deus!
Às vezes, ouço certas coisas que fico refletindo e
acabo escrevendo sobre o assunto. Algo que me chamou atenção foi o comentário
de uma pessoa em relação a duvida da vida eterna. O questionamento foi: “será
que há vida eterna mesmo!” Não foi nem uma pergunta, mas sim, uma exclamação
soando confirmação.
Pois bem, sou
uma pessoa muito fraca na fé. Há momentos que também acabo fazendo este
questionamento, mas, logo volto atrás e me fortaleço, procurando não permitir
que a duvida, que a dor, que o sofrimento faça de uma pergunta, uma exclamação
e dela uma afirmação de pensamento que certamente, me levará no mínimo ao
ceticismo e no máximo, tornar-me um ateu.
Por outro
lado, fico analisando nos evangelhos a palavra de Jesus, pois, embora, todos os
autores sagrados são importantíssimos, nos evangelhos são narradas palavras de
Jesus e os autores destes livros conviveram com Jesus, como por exemplo,
Mateus, João e é em João que narra explicitamente a divindade de Jesus, ou
seja, em João, podemos ver através dos textos onde Jesus se declara Deus de
maneira explicita.
Portanto, nos
evangelhos está clara a palavra de Jesus tanto quanto a vida eterna e qual o significado da fé. Ou seja, a fé é provada na dor e não na alegria. A fé
vem de Deus e não simplesmente da nossa vontade. Não há como constatar a fé em
mim quando está tudo bem na minha vida, mas sim, quando tudo concorre contra a
mim. Evidentemente, como pessoas fracas e humanas, sentiremos nossa fé abalada
na dor, mas isto, jamais tirará a esperança em Deus, a ponto de desacreditarmos na sua existência Agora, caso isto ocorra, infelizmente, é porque de fato minha crença era
apenas de preceitos.
Mas, também
gostaria de refletir: qual a diferença após nossa morte em acreditar na vida
eterna ou não?
A fé em Deus e
na vida eterna é para ser vivida aqui e não após a morte. Acreditar em Deus é
para que através desta crença possamos ser pessoas melhores, ser pessoas mais
felizes. Para que através desta crença possamos superar os sofrimentos
acreditando que Deus está conosco em todos os momentos até naqueles que
sentimos a ausência Dele. Enfim, nossa fé em Deus está relacionada a nossa vida
aqui.
Certa vez, um
intelectual disse que a religião é o ópio da humanidade, ou seja, é a droga do
homem. Porque as pessoas se drogam? Na esperança de serem felizes, de
realizarem seus sonhos. Drogam-se na busca de se encontrarem. Certamente, esta
droga, propriamente colocada, leva o homem a morte, ao sofrimento profundo, a
destruição da vida. no entanto, mesmo que a crença em Deus fosse uma droga,
esta droga leva o homem a ser melhor; leva o homem a superar suas dores; leva
no homem a ter esperança. Portanto, se as pessoas não tivessem uma crença, uma
fé, o que seria da humanidade? Se mesmo com esta fé no transcendental, na vida
eterna, ainda assistimos o que assistimos em termos de desumanidade e falta de
amor! Como seria o emocional do homem se ele não tivesse uma crença, se não
houvesse a espiritualidade transcendental?
Em suma, não
devemos possuir uma fé morta ou uma fé vivida na esperança da vida eterna, mas
sim, uma fé vivida aqui, acreditando e confiando em Deus, em qualquer situação.
O dia que formos embora deste mundo a Deus pertence e, ainda que tudo que
acreditamos não houver, for uma grande ilusão não estaremos vivos para dizer que perdemos tempo em acreditar
em Deus, porém teremos passado pela vida dando o melhor de nós, superando as nossas dores, ou seja, teremos vivido uma vida bem vivida em todos os sentidos.
Ataíde Lemos
Escritor & Poeta
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