quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Igreja Católica e o Clero



Algo que nos deixa um tanto quanto triste como católico é a falta de unidade, a falta de comunhão entre o seu clero com a doutrina da igreja. Infelizmente, isto parte do clero e da cúpula da igreja, estendendo-se aos fieis, que na verdade, são ovelhas perdidas nas diversas correntes ideológicas de seus pastores, acabando-os por confundir os católicos e isto, as levam procurar outras igrejas como, por exemplo, as evangélicas ou mesmo viver o sincretismo e o sectarismo religioso.

A beleza da igreja católica está na diversidade de pensamentos, mas na comunhão sacramental, no entanto, deveria estar também na comunhão de pensamentos doutrinários, especialmente, na obediência aos Ritos e ao Catecismo da Igreja Católica, o que não observamos que está ocorrendo, pois, é comum vermos os padres celebrando missas, sem seguir os ritos, desobedecendo a ordens de seus superiores e principalmente, indo em desencontro com o Catecismo da igreja.

O que provoca desconfiança e promove desobediência e assim, gera descrença é a falta de unidade. Portanto, ainda que a igreja se mostra una na celebração – mesmo com algumas falhas no rito eucarístico, demonstra dividida na teologia católica e em seu catecismo, isto leva também os fieis a não levarem os ensinamentos a sério, desta forma, a Boa Nova acaba sendo totalmente desfigurada.

Gostaria de dar como exemplo dois movimentos da igreja, entre tantos que dividem o clero e observamos como ressonância claramente nas falas dos católicos; um é a Renovação Carismática Católica (RCC) e outra está relacionada as CEB (Comunidade Eclesial de Base).

Pois bem, a RCC, é um movimento que exalta a espiritualidade por meio de louvores, oração em línguas e que promove orações de cura e libertação. É um movimento, relativamente recente, o qual tem dado um novo ardor na igreja católica través de efusão do Espírito Santo. Também a RCC, traz algo na sua espiritualidade que é enfatizar a existência do demônio como Ser, que é responsável por muitas doenças emocionais, físicas e espirituais. Ou seja, a RCC, através de sua espiritualidade destaca o que o Catecismo da Igreja Católica ressalta, isto é, a existência do demônio e a necessidade do exorcismo em alguns casos. Outro fator importante, a RCC tem como tônica exaltação da oração e a busca de viver uma espiritualidade transcendental como fundamento da salvação

Infelizmente, parte do clero rejeita a espiritualidade da RCC, inclusive, comentando publicamente sua discordância, desfigurando a pessoa do demônio contrariando o próprio Catecismo da igreja.

Já a CEB, é um outro movimento da igreja que tem como fundamento uma espiritualidade voltada para o social, ou seja, uma espiritualidade, bastante baseada no evangelho de São Mateus. Não adianta rezar com os olhos voltados para céu e não promover a justiça entre irmãos através de atos concretos como, por exemplo, a denuncia, a fomentação de movimentos sociais.

Porém, grande parte do clero que atua na CEB, é contrária a espiritualidade da RCC, muitos deles, inclusive, desqualifica o movimento “afirmando”, entre linhas a não existência do demônio, como está no Catecismo da Igreja.

Enfim, uma (RCC), tem uma espiritualidade voltada para o transcendental e a outra (CEB), voltada ao social, ou seja, uma se preocupa com o homem- divino e a outra voltada ao homem-humano. Por um lado seria bom, pois assim, a igreja católica está mostrando sua diversidade na ação no mundo, no entanto, quando sai do que ensina a Igreja, ou seja, desvirtua o que está no Catecismo, isto cria uma divisão na igreja, refletindo nos fieis e assim, tirando a credibilidade da Igreja e dos fieis em relação ao que a Igreja ensina, deixando as ovelhas sem pastor.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

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