sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Porque celebrar o Natal



Já passou o dia do Natal (o nascimento de Jesus). Alguns amigos me disseram que não comemoram o natal, pois, é um dia como outro qualquer. Que Jesus nasceu pobre, abandonado e as pessoas comemoram com ceias, com bebidas, etc. etc. Mas, uma pergunta não quer me calar: O que há de Jesus ter nascido numa manjedoura e se comemorar com festas, com alegria? Afinal, Jesus mesmo nascendo pobre é rei. Jesus mesmo nascendo excluído é o nosso salvador. Uma pessoa não pode nascer excluída, pequena diante as pessoas e se tornar grande? Ser motivo de alegria o teu nascimento? Muitos dos grandes homens também nasceram pobres e são referências de inteligência e se tornaram grandes deixando seus legados e hoje se comemora a sua existência.

Comemorar o nascimento de Jesus é comemorar um grande acontecimento na humanidade. É comemorar o nascimento do Verbo que se encarnou em veio habitar entre nós. É comemorar o dia que Deus veio habitar neste planeta que Ele criou.

Não importa se Ele quis nascer pobre, numa manjedoura, se viveu toda sua vida excluída e se foi morto como um malfeitor, foi Ele quem quis que fosse assim, não adianta querer entender Deus, porque senão ficaremos loucos e não entenderemos mesmo, mas, a sua vinda foi transformadora para a humanidade. A sua vinda trouxe luz para os povos. Enfim, sua vinda fez o velho tornar-se novo.

Não importa se a celebração do natal foi originada pela igreja católica, se a data é exatamente o dia 25 de dezembro, ou algum dia dentro deste mês ou mesmo, em outro mês, o importante, é que um dia Jesus nasceu. Um dia ele foi gerado e a partir daí entramos numa outra era.

Celebrar com festa, com alegria, celebrar o dia da família no dia de Natal é de fato, acreditar neste Jesus e valorizar cada dia de sua existência no meio de nós desde o momento da sua concepção. É valorizar cada pessoa que fez parte deste grande acontecimento, seja sua mãe e de tantos que fizeram parte de sua trajetória humana e após sua morte. É deixar de contextualizar algumas de suas falas, mas contextualizar toda sua caminhada na terra.

Às vezes, precisamos sair de certos conceitos ideológicos e mesmo doutrinários, ou seja, não comemoramos isto ou aquilo, porque foi uma outra religião que criou ou que determinou e partirmos para o pensamento de que, não importa quem teve a idéia, mas o que significa tal acontecimento. Comemorar o nascimento de Jesus é muito mais que comemorar uma data, determinada por uma religião, mas sim, é festejar com alegria o nascimento de alguém que ultrapassa as religiões. É festejar o nascimento de uma pessoa que é referencia para todas as religiões, ainda que tenham pensamentos doutrinários e dogmáticos diferentes.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

sábado, 24 de dezembro de 2011

O que é celebrar o Natal


Celebrar o natal, é celebrar uma nova faze da existência humana, ou seja, podemos dividir o homem em duas etapas; uma é a sua criação e a outra, é a sua existência a partir do nascimento de Jesus.

Ao criar o mundo, Deus fez o homem e deu a ele toda liberdade de continuar a criação e prepara-lo para que um dia Ele viesse habitar neste mundo por um período e transformar o homem dando a ele o sentido real de sua existência.

Jesus disse que não veio abolir o antigo testamento, mas sim dar sentido para ele, ou seja, veio expor as Palavras de Deus a luz do entendimento humano.

Jesus é Verbo que se Encarnou e veio habitar entre nós. Em outras palavras, Deus, na pessoa do Deus Filho desce da realeza e vem dar diretriz, vem ser luz e levar o homem a assimilar quem ele é de fato. O homem é uma criatura de Deus, elevada a condição de filho, pelo sacrifício do próprio Deus, que assume toda as fraquezas e misérias humanas.

O nascimento de Jesus é um mistério tão maravilhoso e profundo que foge ao nosso entendimento. Este mistério é valorizado, é respeitado e assimilado mesmo por aqueles que não são cristãos.

Quando observamos as reações das pessoas, as emoções que são externadas, o clima que ocorre no natal podemos sentir que toda esta alegria, todo este clima é algo que não vem do humano, mas sim, é algo sobrenatural que transforma a terra inteira, ou seja, independente o credo, as culturas diversas as pessoas são contagiadas por um sentimento espiritual que só pode vir de Deus.

Como colocava no inicio, a vinda de Jesus trouxe uma nova dimensão a existência que está relacionada à presença de Deus que habitou entre nós e transformou o sentimento humano. Por mais, que tivemos homens que revolucionaram a história da humanidade com seus feitos, com suas mensagens jamais chegaram a 1% da revolução que Jesus fez no coração humano. Na verdade, estes grandes grandes homens foram discípulos de Jesus e muitos deles não se deram conta disto.

Jesus com a autoridade de Deus, trouxe luz aos corações, trouxe esperança aos desanimados, deu vida aos que se encontravam mortos emocionalmente e espiritualmente. Jesus, trouxe alegria e paz aos tristes e sofredores. Enfim, Jesus deu uma nova conotação e reavivou o Espírito do homem.

Finalizando, ao refletirmos o Natal, voltamos a palavra de Jesus. Muitos profetas que anunciaram esta nova era, (a vinda de Jesus), não foram privilegiados como somos nós, pois anunciaram algo que não presenciaram e nós temos a graça de anunciar um Deus que esteve entre nós na forma de pessoa, de carne e temos o privilegio de conhecer este novo mundo que ele implantou.

Se hoje ainda presenciamos tanta violência, tanto desamor, tanta injustiça, certamente, isto ocorre por aqueles que ainda não perceberam o significado do Natal e quem foi Jesus. Enfim, não se deram conta de que Deus habitou entre nós e que nos deu como presente a eternidade.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

Feliz Natal

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

João Batista; o Último Profeta do Antigo Testamento



Muito embora, o antigo testamento seja um livro inspirado por Deus e traga muitos livros onde devemos ler e tirar respostas para nossa vida, sua finalidade tem como fundamentos principais nos revelar o amor de Deus na criação do mundo e do homem; apresentar para nós como se iniciou o pecado, ou seja, a entrada do pecado no mundo e,esta entrada,está relacionada ao livre arbítrio do homem, pois Deus deu para ele a liberdade das escolhas, porém também as conseqüências de tais atos que geram a morte. Também, o antigo testamento tem a finalidade de nos mostrar o quanto Deus nos ama, pois,mesmo diante a nossa liberdade que, muitas vezes, nos leva a morte ele promete enviar o Salvador, ou seja, enviar aquele que tira o pecado do mundo, para isto,é necessário preparar um povo. Um povo que ainda não tem uma religião definida e que vive como nômades e em tribos. É no antigo testamento que Deus vai moldando este povo para prepara-lo para receber e acolher o salvador do mundo, que é o próprio Deus, na pessoa do Deus Filho (o Verbo Encarnado), isto é, Deus, torna-se carne e vem habitar entre nós.

Pois bem, para que o Salvador viesse, era necessário a construção de um povo, como foi colocado acima, porém, como todo homem é limitado e em sua natureza humana o pecado impera, muito tempo teve que se esperar até que o projeto de Deus fosse concretizado. Durante este processo este povo se perdia, deixava ser conduzido pelo instinto humano, pela busca do poder, do ter e do prazer. Deixava-se ser influenciado por outras religiões, por outras culturas. Ao invés de viver as bênçãos que recebia de Deus, usavam para oprimir seu próprio povo. Em muitos momentos Deus permitiu o sofrimento dele (povo), para que se retornasse ao caminho de seu projeto.

Durante todo este tempo (antigo testamento), Deus suscitou reinos, profetas, lideres, sábios, enfim, homens que conduzissem este povo para a realização de seu projeto de salvação. para que este Seu povo obtivesse conhecimento e sabedoria para entender e aceitar quando chegasse o Salvador.

Após centenas de anos de preparação, dá-se o inicio do projeto de Deus, quando o anjo Gabriel, primeiramente, se apresenta a Zacarias e logo em seguida a Maria. O sim de Maria é o momento culminante que se concretiza e inicia a presença de Deus como o Emanuel (Deus Conosco), ou seja o Verbo se encarna no meio de nós.

Quero aqui, destacar o papel de José. A Palavra diz que ele era um homem justo, e de fato, este justo é merecedor de uma devoção imensa, pois entre os homens, depois de Maria, José, torna-se um ícone da salvação. Pois, Maria aceita e se entrega para obra de Deus e Jose entrega Maria para Deus, ou seja, abdica de sua mulher e a protege para que o projeto de Deus se realize.

Enfim, o antigo testamento tem seu final, isto é, sede ao novo, no momento do Batismo de Jesus. A bíblia diz que João Batista é o ultimo profeta, é quando analisamos teologicamente, o batismo de Jesus, não foi uma encenação, Jesus não precisava ser batizado, nem foi para se cumprir ritos, mas o batismo de Jesus é o inicio do novo testamento, onde a Santíssima Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo), se manifesta e Deus inicia através de Jesus a Nova Aliança.
No batismo de Jesus a Palavra (Bíblia), revela que Deus Pai se manifesta através de uma voz; Deus filho através de Jesus e Espírito Santo se manifesta por meio de uma pomba.

Enfim, o batismo de Jesus é algo maravilhoso que ultrapassa nosso entendimento, é a concretização do Projeto de Deus e o Seu assumir o comando da Nova aliança. O batismo de João era um batismo de conversão, porém, ao batizar Jesus, João fecha o livro do antigo testamento e sai de cena para Jesus escrever as primeiras linhas do novo testamento.

Ataíde Lemos, escritor e poeta
Adquira o livro O Abraço do Pai - poesias, pensamentos e reflexões
Entre em contato

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição



Imaculada Conceição


Oh, Mãe  imaculada
Senhora da Conceição
Por Deus foi conservada
Para que por ti viesse a salvação.

Sem mancha do pecado original
Virgem sempre: antes, durante e após
Por Deus foi poupada de todo mal
Imaculada Conceição, intercedei por nós.

Maria, Mãe de Deus e de Jesus
Com o titulo de Imaculada Conceição
Vós que és também reflexo da Luz
A igreja lhe presta devoção.

Ataíde Lemos

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mensagem sobre a cruz



Mensagem sobre a cruz

          A cruz tem um simbolismo teológico profundo, pois ela simbolizava a morte, ou seja, a vitória do inimigo, e ainda, no passado a cruz simbolizava a maldição. Jesus ao morrer, e como diz são Paulo: “Morte de cruz”, Deus, na pessoa de Jesus vence a morte (o inimigo) e assume todas nossas maldições para nos libertar. Ou seja, ele em tudo semelhante ao homem menos no pecado, assume para si todos nossos pecados.

          A cruz também significa nossas dores, nossos sofrimentos e como diz o próprio Jesus: “quem quiser me seguir tome a sua cruz e segue-me”. Jesus quer nos dizer que se ele venceu a cruz, nós também venceremos nossas cruzes durante nossa caminhada e caso não vencermos aqui, ao partirmos, seremos vitoriosos, pois, muitas vezes, é o carregar a cruz neste mundo sem murmurar, sem perder nossa esperança no Senhor é que nos faz merecedores da vitória, ou seja, a vida eterna na presença de Deus.  
Ataíde Lemos

A cruz

 A cruz


Jesus não está na cruz
Venceu-a;  ele ressuscitou
Porém, a cruz nos conduz
Refletir o quanto nos amou.

Adorar a cruz não é idolatria
Através dela o amor venceu
É símbolo para o dia a dia
Nela entregamo-nos a Deus.

Antes sinal de maldição
Após o cordeiro imolado
Tornou-se para nós salvação
Nela todos fomos resgatados.

Amar e respeitar a  cruz
Nas dificuldades, no sofrimento
É seguir os passos de Jesus
Sem desistir em nenhum momento.

Hoje a cruz não é simples madeira
Todos os dias por ela passarmos
E ao abraçarmos por inteira
Nós também ressuscitamos. 
Ataíde Lemos


domingo, 4 de dezembro de 2011

Convertei-vos



Eis que uma voz clama no deserto “Convertei-vos em quanto há tempo”. Eis que vozes clamam nas cidades, nos campos, pelos telhados e em todas as mídias de comunicação: “Convertei-vos em quanto há tempo”.

A exortação de João Batista, ainda se faz necessário, não mais por ele, mas sim por cada um que se diz ser discípulo de Jesus. Pois, cada vez mais, o evangelho precisa ser anunciado. Cada vez mais, as palavras de salvação precisam ser enraizadas em tantos corações que seguem o mestre, mas ainda não se converteram. Muitos que se dizem seguidores de Jesus, porém ainda não o conhece.

Quando olhamos para o mundo e deparamos com tanta violência, tanto desamor, tantas injustiças e varias outras formas de mortes, não podemos dizer que Jesus se tornou conhecido, ou que, mesmo sendo conhecido atingiu o coração de tantos, que se mantém fechados ao egoísmo, ao orgulho e apegados a este mundo sem de fato, descobrirem o sentido de suas existências.

João Batista, batizava com água, mas hoje Jesus nos batiza com o Espírito Santo, e nos torna casa e morada da Santíssima Trindade, ou seja, um batismo, que nos lava, purificando do pecado e nos torna filhos de Deus, não por nosso merecimento, mas pelo sacrifício de Jesus. Portanto, hoje, mais do que o batismo de João Batista, um batismo de conversão, o batismo de Jesus somos dignificados à herança eterna, sendo assim, mais ainda, torna-se importante se converter e seguir Jesus.

O natal, mais que celebrar a memória do nascimento de Jesus, significa preparar o coração para sua segunda vinda, pois, não sabemos qual o momento que este chegará, é preciso estar preparado, pois pode chegar como um ladrão, mil anos para Deus é como um dia e um dia como mil anos. Neste sentido, precisamos converter e procurar sempre estar preparados para que não sejamos surpreendidos.

O Reino dos Céus está entre nós, porque Jesus está entre nós, portanto, precisamos tomar posse deste reino e viver, segundo o seu amor. Um amor que não é tão difícil viver, pois apenas Jesus, pede que nos amemos uns aos outros como a nós mesmo e colocamos Deus acima de todas coisas. Porém, o que nos impede de viver este reino é ficamos fechados dentro de nós mesmos, presos no egoísmo, não nos comprometendo com as palavras de Jesus, sendo omissos, também não permitindo que a palavra de Deus frutifique em nossos corações e vivendo este mundo como se fossemos daqui.

Ataíde Lemos
Poeta e escritor

Mais uma vez é natal

 

Mais uma vez é natal
Renasce a esperança
Com um novo que vem.
Revive o nascimento
Do amor e do bem
Num homem que vem
Trazer a liberdade
Dissipar a escuridão
Ser luz para a vida
Promover a igualdade
Transformando-nos em irmãos.

Mais uma vez é natal
Tempo de reflexão
De abrir-se para o espiritual
Replantar as sementes
Da paz, da união
Do calor humano
E da alma imortal.
 
Ataíde Lemos

domingo, 27 de novembro de 2011

Tempo do Advento


Estamos vivendo o tempo do advento, um período de preparação para chegada de Jesus. Pois bem, desde o inicio da história da salvação, logo no primeiro livro em Gênesis Deus já anuncia a vinda de seu filho como promessa para a restauração da humanidade. Em Gênesis 3,15 lemos; “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar." Nestas palavras ditas logo no principio da bíblia, Deus dá inicio ao advento, ou seja, pelo sim de Maria inicia a Aliança derradeira.

Penso que, ao refletimos Deus em nossa vida precisamos apenas ter um coração humilde e perceber que Ele não é alguém que foi idealizado por um povo para que vivêssemos uma vida dentro de determinados valores, preceitos e regra Deus, é muito mais que isso, como a Palavra diz; Ele é AMOR.

Quando o homem – segundo a história da salvação – pecou, passou ter uma vida de sofrimento, passou ter vergonha de si mesmo, com esta atitude se escondeu da Luz. Deus vendo esta realidade, esta situação de baixa auto estima, de morte fruto do pecado, anuncia a vinda de Jesus sendo a Luz do mundo.

Pois bem, o Antigo Testamento dá seu lugar ao Novo quando esta promessa se cumpre através do SIM de Maria. Naquele momento, o Espírito Santo fecunda seu Ser e o Verbo Divino que se faz homem. A primeira manifestação no homem da Santíssima Trindade se dá em Maria. Ela é o primeiro templo vivo da Trindade. Por isso, tal saudação de Isabel; "Ave te Cheia de Graça."

Jesus, vem ao mundo para resgatar a humanidade, para devolver a vida ao homem, sendo assim, Deus é o Deus da vida e não da morte. É neste sentido, que todo aquele que se diz cristão tem por dever, por obrigação ser o defensor da vida. É por isso, que o cristão deve ser contra o aborto, contra as drogas, contra a eutanásia. Enfim, por isso, que todo cristão não deve aderir à cultura da morte. Pois, se Deus na sua infinita misericórdia restaura a vida ao homem, como nós, seus seguidores poderemos ser contrario? Ou seja, sermos favoráveis a morte como nos casos citados acima?

Por mais que Deus seja Amor, não dá para compreender que Ele seja omisso para com pessoas que, mesmo dizendo amá-lo, tenha sua mente fixada na culturas de morte. O advento serve para esta reflexão individual sobre nosso comportamento em relação à vida e o compromisso com a prática do amor, da caridade, mas principalmente discernir qual o Deus professamos em nosso cotidiano; o Deus da Vida ou o Deus da morte.

Celebrar o advento é refletir dois pontos fundamentais; um é reviver o mistério da vida, da promessa de Deus a humanidade, todos os fatos e acontecimentos até a vinda de Jesus. É observar em cada livro do Antigo Testamento as profecias que direcionaram no cumprimento das Palavras de Deus até o nascimento de Jesus. É perceber as franquezas e as virtudes de um povo que caminha na esperança da promessa feita logo no primeiro livro da bíblia.

Celebrar o advento é refletir sobre nossa vida, sobre nossa caminhada não mais para a instauração do Reino de Deus, pois ele já se encontra no meio de nós, mas é refletir nosso encontro com Deus definitivamente, ou seja, estar preparado para o encontro definitivo com Deus na nossa partida, como estar preparado para a sua segunda vinda.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta
Adquira o livro O Abraços do Pai - Poesias, Pensamentos e Reflexões 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dai de graça o que de graça receberdes.


Quantas vezes surpreendemos com certos dons que temos. Algo que não sabemos explicar como surge e como o dom cada vez mais se estrutura dentro de nós.

Maravilho-me quando vejo um musico dedilhar um violão, uma facilidade nos movimentos com os dedos, um ouvido apurado em captar sons. Enfim, como num simples ouvir, muitas vezes sem conhecimento algum de notas musicais, de técnica é capaz de tocar com total maestria.

Maravilho-me com a habilidade do pintor que com uma facilidade imensurável faz obras de artes lindas. Suas mãos deslizam na tela e vão traçando formas com uma facilidade impressionante. Maravilho-me com a voz e o ritmo super afinado do cantor. Maravilho-me com a inspiração do escritor, do poeta que escreve como musica, tem uma mente fértil capaz de construir lindas obras. Maravilho-me com a habilidade do interprete; a categoria e agilidade do esportista. Enfim, são dons naturais e individuais que muitas vezes o próprio artista não sabe explicar.

Realmente cada um de nós tem grandes dons que para alguns tornam explícitos, porque são manifestados mexendo com os sentimentos, a alma das pessoas. No entanto, a tantos outros dons maravilhosos como a paciência, a eloqüência no falar. Outros ainda têm uma facilidade em liderança capaz de fazer discípulos.

Pois bem, em uma parábola Jesus conta que um administrador saiu para uma viagem e distribuiu à três empregados uma quantidade de talentos. A cada um deu uma quantidade segundo sua vontade. Ao retornar da viagem foi ter com os empregados para prestarem conta. Dois deles apresentaram o dobro do que haviam recebido. Porem, o outro devolveu o mesmo que recebeu. Então, o administrador o advertir por não ter feito que aquele talento se multiplicasse e se enfureceu mais ainda pela resposta que deu ao administrador, pois ele (empregado) o conhecia perfeitamente. Este é um simples resumo da parábola.

Deus nos dá dons especiais durante toda nossa existência, não exige de nós nada, não vive nos cobrando por este presente. Não deseja que vivamos alienados fora do mundo, pelo contrario, Ele deseja que aprimoramos estes Dons, estes Talentos para transformar o mundo mais alegre, mais bonito, mais humano. Sendo assim, por este presente é importante que reconheçamos que os Dons vem de Deus e assim, também retribuir pelo mesmo Dom para exaltar, louvar e bendizer o nome Dele. Como o mundo seria mais humano, mais divinizado se aqueles que têm o Dom da musica dedicasse um tempo de sua arte para elevar o nome de Deus? Se os pintores fizessem quadros que levasse o homem pelo sentimento a meditar e entrar em contato com Deus? Se o cantor, o interprete usasse destes Dons para levar pessoas pela emoção a mergulhar no amor de Deus? Se os escritores, poetas através da inspiração colaborassem para que as pessoas se amassem mais e descobrissem o significado da vida e do amor? Certamente viveríamos mais no contato com Deus. Estariamos retribuindo com pouco do muito que Ele nos dá.

Não tenho duvidas que quanto mais se faça reconhecendo que tudo vem de Deus e deve ser também colocado a serviço Dele o homem se realizaria mais e como conseqüência receberia graça em abundancia destes Dons.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Cântico de Maria



“Minha alma glorifica ao Senhor
Meu espírito exulta de alegria
Em Deus, meu Salvador
Porque olhou para sua pobre serva.
Porque realizou em mim maravilhas”.

Palavras de Maria ao visitar sua prima,
Mas que podem ser proclamadas
Por aqueles que um dia
Pôde viver esta mesma alegria
Quando em sua vida recebeu
A graça que Deus lhe concedeu.

O cântico de Maria é uma Ação de Graças
Pelo Amor que em si se fez
O cântico de Maria é um agradecimento
Uma exaltação que veio do sentimento.
Pela maravilha que em seu ventre aconteceu

O cântico de Maria é um exemplo a seguir
Para o coração que não vive a dormir.
Que sente e agradece em louvor
A manifestação do Deus Amor.

Ataíde Lemos

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Missa de Formatura



De repente o telefone toca, atendo, uma pessoa do outro lado me pede um favor; substituí-la numa celebração Eucarística como Ministro da Eucaristia. Era uma missa de Ação de Graças para recebimento de diploma de Curso Superior. Nunca havia participado de uma celebração como aquela. Aceitei e fiquei muito feliz por fazer parte daquele momento.

A missa se deu num ginásio poliesportivo. Fiquei impressionado logo na chegada ao ver tanta beleza, pessoas bonitas de varias cidades. Aquele local nem parecia um ginásio esportivo, mais sim um teatro. Um ambiente totalmente lindo, decorado na mistura de cores branco e azul, fotógrafos aos montes, equipe de filmagem. Enfim, gente bonita circulando para todo lado.

Num local reservava mais de duzentos assentos cada qual com o nome do formando o aguardava. Realmente, um cenário lindo que certamente impressionou todos que lá se encontravam. Eu - particularmnte - fiquei deslumbrado com aquele ambiente.

Iniciou-se a missa e caminhamos em procissão até o altar, os formandos vieram logo após, cada um ocupando seu lugar de destaque. Mais de dez minutos se levaram para que pudesse dar inicio a celebração tanto que eram aqueles que iriam receber seu diploma.

Pois bem, meus olhos deslumbraram naquele momento ao olhar cada rosto daqueles formandos jovens, adultos, cabelos grisalhos, homens, mulheres, negros, brancos. Enfim, ali cada rosto brilhava de maneira particular e especial.

Fiquei a refletir o que se passava na mente de cada um naquele momento. A satisfação do dever cumprido, as lutas para conseguir chegar ali, as noites e noites de sonos perdidos, as dificuldades financeiras ao longo da caminhada, a realização de um sonho, os livros e livros estudados, o conhecimento acadêmico adquirido...

Mas, algo também me deixou um pouco triste, porque fiquei a refletir que muitas vezes o saber ( conhecimento) nos afasta da verdade, faz aumentar a vaidade, aumenta o orgulho, desvirtua a humildade o pior de tudo é que para muitos é o afastar de Deus. O conhecimento acadêmico nos dá muitas respostas, nos coloca um grau acima no intelecto de grande maioria das pessoas e isto colabora para o afloramento da vaidade, da prepotência., da arrogância.

A maior sabedoria está no amor; aquele que ama e que coloca este amor ao serviço do outro consegue desenvolver seu talento profissional e se completa nele. Aquele que consegue somar o conhecimento humano, com a Sabedoria do Alto atinge a plenitude da felicidade desejada e se realiza. A sabedoria de Deus está no viver do dia a dia. Está na experiência do cotidiano. A sabedoria de Deus está no sorriso de uma criança, no olhos cansados de um ancião, na felicidade de uma família sem pão, sem teto, sem conforto. A sabedoria de Deus está numa doença. Enfim, a sabedoria está num gesto simples que nossos olhos possam enxergar.

Depois de vários momentos de reflexão e de observar aquele acontecimento, de ouvir atentamente as palavras do celebrante ao mesmo tempo que corria meus olhos e pensamentos em todos aqueles semblantes, percebia a maravilhas de Deus, que sempre está construiindo a humanidade dando o conhecimento intelectual acadêmico a tantos, para que através dele alguns ajudem na construção da sociedade.

Ataíde Lemos
Poeta e escritor

domingo, 20 de novembro de 2011

Sempre presente

Sempre presente


Quando as ondas querem me levar
Pego em Tuas Mãos e firme seguro;
Quando meu horizonte está escuro
Busco na tua luz me iluminar.

Quando estou trancafiado na prisão
Com a tua chave vem me libertar;
Quando a tempestade quer me levar
Acalma a fúria e firma-me no chão.

Quando em minha fé estou a vacilar
Concede-me graças para me sustentar
E novamente sinto-me em Ti fortalecer.

Quando o medo quer me apoderar
Tua paz vem renovar meu Ser
E a esperança reaviva o meu viver.
Ataíde Lemos


sábado, 19 de novembro de 2011

Vem Espírito Santo



Vem Espírito Santo


Vem Espírito Santo
E renova meu Espírito,
Faz-me nova criatura,
Enche-me de teu amor.

Vem Espírito Santo
Livra-me do mal
Abre meu coração
Para o amor de Deus
Faça sentir sua proteção.

Vem Espírito Santo
Ora em mim,
Cura meu interior,
Acenda-me com teu fogo
E faça-me um novo Ser
Queime as feridas,
Renove minha vida.

Vem Espírito Santo
Derrama sua graça,
Liberte-me da opressão
Que não me deixa
Caminhar na liberdade,
Faça-me andar em comunhão
Com o meu Senhor. 
Ataíde Lemos

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Igreja Católica e o Clero



Algo que nos deixa um tanto quanto triste como católico é a falta de unidade, a falta de comunhão entre o seu clero com a doutrina da igreja. Infelizmente, isto parte do clero e da cúpula da igreja, estendendo-se aos fieis, que na verdade, são ovelhas perdidas nas diversas correntes ideológicas de seus pastores, acabando-os por confundir os católicos e isto, as levam procurar outras igrejas como, por exemplo, as evangélicas ou mesmo viver o sincretismo e o sectarismo religioso.

A beleza da igreja católica está na diversidade de pensamentos, mas na comunhão sacramental, no entanto, deveria estar também na comunhão de pensamentos doutrinários, especialmente, na obediência aos Ritos e ao Catecismo da Igreja Católica, o que não observamos que está ocorrendo, pois, é comum vermos os padres celebrando missas, sem seguir os ritos, desobedecendo a ordens de seus superiores e principalmente, indo em desencontro com o Catecismo da igreja.

O que provoca desconfiança e promove desobediência e assim, gera descrença é a falta de unidade. Portanto, ainda que a igreja se mostra una na celebração – mesmo com algumas falhas no rito eucarístico, demonstra dividida na teologia católica e em seu catecismo, isto leva também os fieis a não levarem os ensinamentos a sério, desta forma, a Boa Nova acaba sendo totalmente desfigurada.

Gostaria de dar como exemplo dois movimentos da igreja, entre tantos que dividem o clero e observamos como ressonância claramente nas falas dos católicos; um é a Renovação Carismática Católica (RCC) e outra está relacionada as CEB (Comunidade Eclesial de Base).

Pois bem, a RCC, é um movimento que exalta a espiritualidade por meio de louvores, oração em línguas e que promove orações de cura e libertação. É um movimento, relativamente recente, o qual tem dado um novo ardor na igreja católica través de efusão do Espírito Santo. Também a RCC, traz algo na sua espiritualidade que é enfatizar a existência do demônio como Ser, que é responsável por muitas doenças emocionais, físicas e espirituais. Ou seja, a RCC, através de sua espiritualidade destaca o que o Catecismo da Igreja Católica ressalta, isto é, a existência do demônio e a necessidade do exorcismo em alguns casos. Outro fator importante, a RCC tem como tônica exaltação da oração e a busca de viver uma espiritualidade transcendental como fundamento da salvação

Infelizmente, parte do clero rejeita a espiritualidade da RCC, inclusive, comentando publicamente sua discordância, desfigurando a pessoa do demônio contrariando o próprio Catecismo da igreja.

Já a CEB, é um outro movimento da igreja que tem como fundamento uma espiritualidade voltada para o social, ou seja, uma espiritualidade, bastante baseada no evangelho de São Mateus. Não adianta rezar com os olhos voltados para céu e não promover a justiça entre irmãos através de atos concretos como, por exemplo, a denuncia, a fomentação de movimentos sociais.

Porém, grande parte do clero que atua na CEB, é contrária a espiritualidade da RCC, muitos deles, inclusive, desqualifica o movimento “afirmando”, entre linhas a não existência do demônio, como está no Catecismo da Igreja.

Enfim, uma (RCC), tem uma espiritualidade voltada para o transcendental e a outra (CEB), voltada ao social, ou seja, uma se preocupa com o homem- divino e a outra voltada ao homem-humano. Por um lado seria bom, pois assim, a igreja católica está mostrando sua diversidade na ação no mundo, no entanto, quando sai do que ensina a Igreja, ou seja, desvirtua o que está no Catecismo, isto cria uma divisão na igreja, refletindo nos fieis e assim, tirando a credibilidade da Igreja e dos fieis em relação ao que a Igreja ensina, deixando as ovelhas sem pastor.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cura e libertação Perdão e arrependimento


Na maioria das vezes, as doenças físicas são acometidas devido às doenças emocionais e estas comumente estão relacionadas às questões espirituais. Ou seja, são doenças surgidas a partir de praticas espirituais que vão ao desencontro dos fundamentos bíblicos e evangélicos como, por exemplo, falta de perdão e de arrependimento.

Há um único Deus e nome acima de todas as coisas, é o nome de Jesus. Somente ele pode nos curar, pode libertar-nos de todos os males físicos, psíquicos e espirituais que nos aprisiona causando-nos doenças. Somente o nome de Jesus tem o poder de nos curar.

Jesus é o filho de Deus, o Deus Filho que veio ao mundo para que a palavra de seu Pai fosse anunciada, e a ele foi dado toda autoridade do Pai para que fossemos libertos tanto da escravidão do pecado como da escravidão das doenças físicas, emocionais e espirituais.

O pecado, torna-nos escravos e através da cura, por meio do perdão somos libertos. Mas, para que esta cura, para que esta libertação aconteça é necessário que tomamos posse por inteiro da sua palavra, não apenas como ouvintes, mas que acreditamos e colocamos em prática dentro de nosso coração com atos e obediência a sua Palavra. Entre este atos e ações, cito dois de fundamentais importâncias; o perdão e o arrependimento.

Perdão: Grande parte de nossas enfermidades estão relacionadas à falta de perdão. E quando falamos em perdão podemos citar três tipos de perdão: O perdão a Deus; o perdão aos irmãos e o perdão a nós mesmos

Perdoar a Deus; Deus, não precisa de nosso perdão, mas perdoar a Deus significa, perdoar ressentimentos que carregamos dentro de nós, por situações vividas que nos traz de alguma forma, profundas magoas que sentimos de Deus, por determinados momentos, experenciarmos sua ausência em momentos que mais precisamos dele. Magoa de Deus, por não achar justo que Ele permite nos acontecer e, então, sentimos traídos por Ele.

É muito comum, ficarmos revoltados com Deus, por não ter nos atendido quando mais precisamos dele seja numa situação de perda, ou de doenças. Sendo assim, é essencial que perdoamos Deus, para que sintamos o coração aliviado. Como disse anteriormente, Deus não aumenta ou diminuiu com nossa atitude de perdoa-lo, no entanto, nós, somos curados, libertos quando sentimos em nós esta reconciliação com Ele, sendo assim, precisamos perdoá-lo para sentir seu amor nos envolver.

Perdoar nossos irmãos; A oração do Pai Nosso diz: “...perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido...”. Pois bem, como que posso pedir a Deus que me perdoe, que me cure, que me liberte se não perdoo aquele que me ofendeu? Ou seja, preciso ter a atitude de perdoar para que também possa sentir o perdão de Deus para meus pecados contra meu irmão.

Perdoar a nos mesmos; é muito comum, não aceitamos como somos, sentindo-nos cheio de defeitos, sentimentos de rejeição, repletos de complexos de inferioridade. Outras vezes, praticamos pecados e não conseguimos nos perdoar e assim, fechamos-nos para a graça de Deus. Quando isto ocorre acabamos escancarando a porta para a entrada do inimigo que nos joga ainda mais para dentro de um abismo, dentro de uma prisão, fazendo-nos sentir indiferentes para com Deus. Quantas e quantas vezes, dizemos que não merecemos o amor de Deus, por isto, por aquilo? Enfim, é preciso perdoar a nós mesmo e acreditar que o amor de Deus é maior que as nossas misérias e que Ele nos ama intensamente.

Jesus na maioria de suas curas, primeiramente, perdoava os pecados e somente após, realizava as curas, lembramo-nos da cura do paralítico que foi descido pelo telhado. Foi a sua autoridade de perdoar que levou os sumos sacerdotes encontrarem motivos para matá-lo, alegando que ele blasfemara ao perdoar os pecados com a autoridade de Deus.

O perdão nos leva a reconciliação com Deus, com o irmão e conosco, nos purificando dos males, e isto, leva-nos novamente a um estado de graça, fator fundamental para cura e libertação.

Pois bem, perdoar a Deus, perdoar aqueles que nos tenha feito mal e perdoar a nós mesmos é um grande passo para que sejamos curados e libertos de toda ação do mal sobre nós, no entanto, nada disto faz sentindo se não há o arrependimento e mudança de atitude em nosso pedido de perdão.

Arrependimento: o pedir perdão ou perdoar-nos, não é uma atitude que surge no momento de proferir as palavras, mas é algo que nasce do coração a partir de um arrependimento. Ou seja, não basta dizer perdoo se o perdão não brota de um arrependimento profundo. Quantas vezes, ouvimos a frase: “Eu perdoo, mas, não me arrependo do que fiz, do que falei...” Que perdão é este! se dentro do meu coração mantém a certeza de que minha atitude de pecado foi correta? O arrependimento, por si só, é um ato de reconhecer que não deveria agir como agiu. Enfim, se na verdade, não reconheço que fiz algo que não deveria ter feito, mesmo que peça perdão, não significa que verdadeiramente perdoei, pois não me arrependi. Perdoar é um gesto de mudança de atitude e de pensamento, mas sobretudo de arrependimento.

Ataíde Lemos 

Adquira o livro O Abraço do Pai, poesias, pensamentos e reflexões entrando em contato

sábado, 5 de novembro de 2011

Amor partilhado




Amor partilhado

O amor quando partilhado
É como chuvas de bênçãos;
Vários corações são lavados
E tantos são curados
Renovando a felicidade
Que muitas vezes ora perdida
Brotando um novo sol
Que refaz a vida.

O amor quando partilhado
É como um jardim florido;
Todos que a ele visita
Alegra-se com rara beleza
Das mais lindas flores
E exalam o balsamo
Do entrelace de vários aromas,
E por onde vai,
Leva consigo toda fragrância
Espalhando o perfume
Encantando todos
Que o encontra

Pela extensão do caminho.
Ataíde Lemos


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Finados e a vida eterna



     Finados, além de ser um dia para visitarmos os jazigos de nossos entes queridos que partiram de junto de nós, é um dia também de profunda reflexão sobre a eternidade.

     A morte é uma tristeza sem fim, quando acreditamos que ela é o fim. Quando não somos pessoas espirituais no sentido transcendental. Quando somos materialistas. Enfim, quando não conseguimos ultrapassar a dimensão humana do homem. Porém, a morte passa a ser um estagio da vida; passa a ser apenas um momento da lembrança e da saudade física quando nossa fé nos motiva acreditar que a morte não é o fim, mas a passagem de um estado de vida para uma outra vida.

     Varias religiões, inclusive as não cristãs, também acreditam nesta outra dimensão de vida, porém, para os cristãos, Jesus vem reforçar a vida eterna. Há varias passagens evangélicas onde ele nos fortalece a fé nesta direção. Existe aquela onde Jesus diz que Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos; outro momento forte é seu dialogo com Marta e Maria no episódio da morte de Lazaro e entre vários tantos, um que se destaca e fundamental é ressurreição e as aparições após sua morte. Nas aparições Jesus sentava, conversava, comia com os apóstolos. Suas aparições eram no sentido de fortalecer seus seguidores acreditar na ressurreição.

     São Paulo, em uma de suas cartas diz que a fé do cristão se baseia na ressurreição de Jesus, pois, se assim não for vã é nossa Fé. Se não acreditarmos nela, não nos faz sentido dizermos que somos cristãos. Se não acreditarmos na ressurreição, nossa espiritualidade é simplesmente pagã. O cristão não é um admirador de Jesus como mestre, como um homem, mas sim, alguém que acredita que Jesus é Deus e a ele é dado o poder sobre o céu, a terra, a vida, a morte. Dada pelo seu Pai e nosso como herança de Cristo.

     Pois bem, mesmo acreditando na ressurreição e tendo a certeza que não somos deste mundo, todo cristão deve ser consciente que precisa viver e promover o Reino de Deus aqui. A morada definitiva não se dá pelos nossos méritos, mas pela graça e misericórdia de Deus. Nenhum de nós somos merecedores desta graça.

     Jesus, não só veio revelar a vida eterna, também veio nos ensinar como viver o Reino de Deus no mundo. Aquele que entende e assimila seus ensinamentos, certamente, já goza da graça da ressurreição, pois, a vida eterna é uma conseqüência da vida terrena.

     Finalizando, acreditar na vida eterna, é sentir a segurança de que a morte não existe, mas que é apenas uma passagem. Acreditar na vida eterna, é ter uma atitude de comprometimento com a vida humana e terrena. Acreditar na vida eterna, é ser uma pessoa transformadora da realidade em que vive. Acreditar na vida eterna, é compromisso com a paz, com a denúncia das injustiças. Acreditar na vida eterna, é ser a favor da vida em qualquer situação. 
Ataíde Lemos

Adquira o livro O Abraço do Pai, poesias, pensamentos e reflexões
entrando em contato

domingo, 30 de outubro de 2011

Deus e a morte



Quando passamos por uma perda inesperada de um ente (pais, ou filhos), fazemos algumas perguntas como: “Deus quis?” “Estava na hora dele ou foi uma fatalidade?” Ou seja, nossa mente custa acreditar que Deus poderia ter algo há ver com aquela perda.

Primeiramente, gostaria de dizer que Deus não quis, jamais Deus gostaria de abrir uma enorme ferida no coração de seus filhos que passarão a conviver com aquela dor para sempre. Dizer que, Deus quer a morte de um filho é, de certa forma, negar o amor Dele por nós.

Por outro lado, dizer que foi uma fatalidade, ou seja, a pessoa estava na hora e lugar errado, não seria também o correto, pois assim, estaríamos negando que Deus é o Senhor da nossa vida, isto é, estaríamos negando que Deus pode tudo e até mesmo nos livrar da morte diante muitas circunstancias de fatalidades.

No mundo, sempre houve situações de fatalidades, ou seja, sempre existiram vitimas de mortes subidas. Sempre houve assassinatos, acidentes fatais, e outras diversas mortes de repentes os quais muitas vezes, se denominamos fatalidade. Em suma, a fatalidade não é um fenômeno dos tempos atuais.

A questão entretanto é que um dia viemos a este mundo e um dia dele sairemos, voltando para a casa do Pai, Jesus disse: “...não somos deste mundo...”, portanto, nossa passagem por aqui é por um período, que pode ser breve, médio ou longo. Também, a Palavra diz no Salmo 138 que Deus nos conhece mesmo antes de nascermos, ou seja, Ele tem pleno conhecimento de nossa vida do inicio ao fim neste mundo e na eternidade. Portanto, nosso tempo aqui está pré-determinado por Deus. Sendo assim, partindo deste principio, o dia que chegar a hora de irmos embora daqui, iremos de uma forma ou de outra e no momento determinado por Deus. Portanto, colocarmos como fatalidade à morte ou negar a hora de Deus é, de alguma maneira, questionar Deus, o que não nos trará nenhum beneficio, pelo contrario, é não aceitar os desígnios de Deus.

A morte de um ente amado é difícil de aceitar, pois é uma sensação da perda de um membro físico de nosso próprio corpo. O Ser humano, não nasceu para morrer, e a morte é uma percepção de fim. Portanto, ao perdermos um ente, mesmo acreditando na vida eterna, esta percepção fica, pois dentro de nosso Ser, está toda as emoções vividas com este ente que se foi e o qual temos dificuldades em trabalhar nosso emocional, por isto, que devemos entregar toda esta perda nas mãos de Deus, para que aos poucos Ele vai curando este trauma emocional.

Em suma, a morte não deve ser vista como uma fatalidade, nem como se fosse da vontade de Deus, pois pensando assim, estamos diminuído o amor e o poder Dele sobre nós e sobre tudo, mas sim, ser encarada como designo e mistério do amor Dele por nós. Pensar que Deus quis é também, não compadecer com a morte que Ele sentiu ao ver Seu único filho morrer, e como São Paulo diz: “...morte de cruz...”. Por mais que sintamos a dor de perder um ente, precisamos nos colocar diante de Deus as nossas misérias, nossas duvidas, fraquezas, mas também procurar sustentar nossa fé que é a certeza do amor de Deus por todos nós e confiarmos em Suas promessas de salvação, acreditando que a morte não é um fim, mas uma passagem de uma vida limitada para a vida eterna, sempre confiando que em Deus estão as respostas que hoje não compreendemos, mas que um dia, segundo a vontade e tempo de Deus, será revelada em nós.

Ataíde Lemos
Poeta e escritor 

domingo, 2 de outubro de 2011

Deus nos refaz




Deus nos refaz


Há momentos que queremos parar
Muita dor abafa a alegria no coração
Parece não haver esperanças no olhar
Sentimos perder o teto e também o chão.

Há momentos que tudo é apenas nada
E que as luzes cedem lugar à escuridão
Não vemos horizonte na caminhada
E nos mergulhamos em imensa solidão.

Nestes momentos somos pego pelas mãos
Deste Deus conhecedor de nossas dores
Que nos abraça livrando-nos das prisões.

Prisões da falta de rumos e das tristezas,
Prisões de nossa pequenez e das  fraquezas
Refazendo-nos, tornando novas criaturas.


Ataíde Lemos  

domingo, 18 de setembro de 2011

Parábola dos operários da primeira e ultima hora



Em uma parábola (Mateus, 20, 1-16a), Jesus conta que o patrão saiu na madrugada contratando operários para trabalharem na sua vinha e combinou uma moeda de prata para cada um. E assim, fez,consecutivamente durante todo o dia até as cinco horas da tarde. Ao termino do dia ele pede ao administrador que dê uma moeda de prata aos trabalhadores independentes os horários em que foram contratados. Certamente, isto causou revolta entre os da primeira hora, não que eles acharam pouco pelo que receberam, mais sim, muitos para os que foram contratados por últimos.

Esta parábola é muito interessante na maneira como Deus age conosco, ou seja, seus pensamentos e seu amor são completamente diferentes da forma como concebemos e a sua misericórdia é infinita.

Podemos destacar como o ponto central nesta parábola a “Misericórdia de Deus”, independente o momento em que nos voltamos para Ele. Também podemos refletir quanto nossa atitude em relação aos irmãos é diferente da de Deus para conosco, ou seja, precisamos aceitar e compreender que a salvação é para todos e independe o momento em que se aceite o plano de Deus para nossa vida. O perdão de Deus está aberto e pode ser dado no ultimo segundo da ultima hora de nossa vida e o premio é o mesmo daqueles que nasceram e caminharam numa vida buscando a santidade.

Deus não faz acepção de pessoas, diferentemente de muitos daqueles que está a mais tempo no caminho Dele, no entanto, todo aquele que o busca nas primeiras horas, têm suas vidas agraciadas de benções em sua peregrinação terrestre, porém o premio após esta passagem é o mesmo daqueles da ultima hora.

Esta parábola também serve para que nós, enquanto irmãos, não façamos acepção de pessoas ou ficamos nos achando mais merecedores em relação aos outros, pelo contrario, devemos continuar nossa caminhada de fé, sendo aqueles trabalhadores que saem na busca de outros operários para que também venham trabalhar para este dono da vinha que é bom e misericordioso, alegrando-se com cada um que aceita este convite, pois já sabemos que o premio é grande, independente o momento que aderimos ao projeto de Deus.

É muito triste quando vemos irmãos que servem ao mesmo Deus, que se dizem acreditar no mesmo Jesus, mas se acham melhores, ou detentores da graça ou mesmo podem escolher os eleitos para Jesus e excluem irmãos não os aceitando como filhos de Deus, por pensarem diferentes.

Somos servos inúteis e nossa recompensa é grande em relação ao nosso trabalho e aos nossos esforços. Somos seres pequenos, frágeis, pecadores e nossa salvação não são pelos nossos méritos, mas sim, pela graça, pelo amor e pela misericórdia que Deus tem para conosco e, é assim, que devemos nos comportar e ser em relação aos nossos irmãos que ainda não aderiram ao projeto de Deus. Ou seja, não vangloriarmos por estarmos trabalhando para Deus desde há primeira hora, mas sim, agradecer por termos aceito a Sua proposta logo de manhã, pois, os únicos beneficiários enquanto trabalhadores mais cedo, seremos nós mesmo nesta caminhada terrena.


Ataíde Lemos
Poeta e escritor

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Santíssimo Sacramento




Santíssimo Sacramento

Quando estou aqui abro meu coração
Conto minhas histórias, dores e alegrias
Conto meus erros, faço minha confissão
Abro-me contigo como são os meus dias.

Quando estou aqui há em mim muita paz
Sinto um aconchego através do teu amor
Tua presença renova e tranqüilidade traz
E percebo o quanto sou maior que a dor.

Quando estou aqui me envolvo em oração
Tua voz me fortalece e conforta o meu Ser.
 Entrego-te toda a minha angustia e aflição.

Quando estou aqui fico tempo em adoração
Em meu silêncio saem palavras de louvores
E ficam a te contemplar tempo em oblação
.
Ataíde Lemos

domingo, 28 de agosto de 2011

Acreditar na existência de Deus




Sempre falamos ou ouvimos pessoas a mencionar o nome de Deus, “Se Deus quiser”, “Deus vai te ajudar”, “Tenha fé em Deus”, “Graças a Deus” e por ai afora...

Sempre em determinadas ocasiões também as pessoas são envolvidas pela espiritualidade e em suas oratórias, momentos festivos de confraternização social alguma menção é dirigida a Deus.

Pois bem, isto reflete que acreditamos que existe um Ser Superior o qual referenciamos, tememos e depositamos toda nossa confiança, esperança e amor. Esta espiritualidade monoteísta está em quase a totalidade da população mundial.

Há quatro fatores para acreditar na existência de Deus, uma é através do conhecimento teológico, a segunda é pela tradição passada por gerações, a terceira por meio da cultura da sociedade e a quarta é através da experiência vivenciada. No entanto, a ultima é a que de fato enraíza a crença em Deus e Sua Ação no mundo.

Muitas respostas ou duvidas são saneadas quando através de atos concretos, de conseqüências encontramos respostas para a existência de Deus. Acreditar Nele a partir do conhecimento, da cultura ou tradição, não possui a consistência do que acreditar a partir de uma experiência vivida, pois esta, sobrepõe todas as outras opções de acreditar na sua existência.

Jesus certa vez disse: “Se não acreditas no que falo, acreditem em mim pelo menos a partir de minhas obras. Minhas obras testificam minhas palavras”, e assim muitos creram nele.

Quando Jesus ressuscitou, os apóstolos encontravam-se com medo e muitas vezes, se escondiam. Porém, quando um paralítico foi curado na porta da sinagoga pelos apóstolos em nome de Jesus, diz a Palavra, que daquele milagre em diante muitos começaram a aderir ao cristianismo, havendo um grande numero de conversões. Aquele acontecimento também provocou nos apóstolos um novo ardor para avançarem na evangelização.

Certamente, muitos quando exclamam o nome de Deus, é porque acreditam na Sua existência seja porque foi solidificada esta crença pelo conhecimento, tradição ou cultura, mas também porque já tiveram uma experiência individual contundente que não há como negar mais a sua não existência. Nenhum outro argumento pode substituir uma experiência empírica.

Vejamos um exemplo: Se alguém através de uma oração clama a Deus uma determinada prece para determinada cura, conseguir um emprego ou uma solução temporal e imediatamente tem este pedido atendido, daquele momento em diante este acreditar se fundamentaliza, não mais em palavras ouvidas, lidas, mas numa experiência pessoal, sendo assim, nenhum outro argumento, torna-se capaz de o faze-lo não acreditar em Deus. Os fatos falam por si mesmo. Pode-se haver uma adequação mas, jamais uma mudança radical de pensamento.

Outro exemplo: Alguém que durante anos viveu a dependência química e passou por diversos especialistas, diversas formas de tratamento, viveu o inferno das drogas e que, a partir de uma experiência espiritual deixou-as e reformulou sua vida e isto ocorreu através de um desenvolvimento da espiritualidade; como querer incultar a negar que sua cura se deu por meio de Deus?

Finalizando, falar de Deus, exclamar Seu nome e acreditar em Sua existência é muito mais que conhecimento, é muito que tradição, que cultura. Nem mesmo a razão, a filosofia consegue sobrepor a esta experiência empírica o qual estão sujeitos todos os mortais, até mesmo os mais críticos, materialistas e ateus tem esta oportunidade de experimentar. Enfim, a oportunidade de experimentar Deus, agindo por meio de atos concretos, todos tem acesso até mesmo àqueles que não acreditam, basta fazer a experiência de Deus.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

domingo, 21 de agosto de 2011

Mãe dos pais que perderam filhos.





Mãe dos pais que perderam filhos.


Quando dói a saudade em meu coração...
Quando me pego sem aceitar e entender...
Quando meu peito põe-se em aflição...
Quando tua lembrança me faz sofrer...

Quando fico com mil perguntas a fazer...
Quando minha fé tende querer desmoronar...
Quando fico humanamente a me responder...
E respostas concretas não consigo encontrar...

Quando a tristeza vem me abater
Volto-me a aquela mulher especial; Maria
Que aceitou o projeto de Deus sem nada entender
Sem questionar, doou-se a sua vida com alegria.

Maria, aquela que carregou no ventre a Luz
E nem por isto sua vida foi só de esplendor
Mesmo sendo a mãe do nosso salvador; Jesus
Teve ao colo morto seu filho; Nosso Senhor.
Ataíde Lemos 

sábado, 30 de julho de 2011

Multiplicação dos pães


     Muitas passagens evangélicas são extremamente reflectivas nos levando há questionamentos internos sobre nossa atitude diante de Deus, diante a humanidade e a nós mesmos. De como vemos a atuação de Deus na humanidade, como que vivemos este Deus em nós e refletimos este Deus para o próximo.


     Um destes momentos ricos de reflexão é a multiplicação dos pães. Nesta passagem escrita pelos evangelistas podemos tirar vários pontos importantes tanto aqueles de profundidade espiritual (dimensão Mistério), a prefiguração do aconteceria na ceia derradeira como a de dimensão social, a atitude do homem em relação ao compromisso com o irmão.


     Podemos ver um Deus que se preocupa com o homem em toda sua dimensão. Se em determinado evangelho Jesus vê aquela multidão que não quer se afastar sentindo por ela compaixão devido serem ovelhas sem pastor, na multiplicação dos pães Jesus sente compaixão pela necessidade do material que dá vida biológica ao homem, o alimento.


     Segundo o evangelho, Marcos não deixa duvida que ali ocorrera um grande milagre que foi a transformação de poucos pães e alguns peixes em alimentos para aquela multidão. Este é um ponto que por mais que se possa tirar varias reflexões não pode negar o milagre ocorrido.


     Em 2º reis cap. 4,42-44 Elizeu também através de uma oração a Deus faz com que vinte pães pudesse saciar mais de cem homens. Um gesto de amor pelos outros reproduz no coração de Deus o amor do irmão pelo irmão. Quando somos capazes de dividir aquilo que temos certamente, todos são beneficiados pelos nossos gestos e atitudes. Esta passagem ocorrida no antigo testamento também vem prefigurar o acontecimento da multiplicação dos pães feito por Jesus.


     Um fato importante neste episódio é que Jesus sacia o povo a partir do povo, isto é, do alimento que alguém carregava e que foi apresentado se tornou alimento para todos.


     Quando não omitimos; quando apresentamos nossos dons à Deus, Ele pode transformar algo pequeno em grande e assim, muitos serem saciados a partir de partilhas de pequenas coisas.


     Deus ama e se preocupa com o homem no seu todo. Deseja alimentar o Espírito, como também está consciente da realidade e necessidades humanas, e sabe que um dos fundamentos também para segui-lo é estar saudável biológica e psicologicamente.


     Mas, também não podemos deixar aqui de refletir este acontecimento numa dimensão profundamente espiritual, onde Jesus prefigura a sua morte e a sua ressurreição nos deixando a Si próprio como alimento espiritual. Deixando-nos Seu corpo, Seu sangue que alimentados nos santifica o corpo e o Espírito até o dia em que todos nos encontraremos na gloria eterna.


     Somente sente fome de Deus aquele que deseja ou que é impedido de se alimentar pelo egoísmo dos irmãos. Um egoísmo que acontece pela falta da multiplicação da palavra, dos gestos concretos de amor. 
Ataíde Lemos
Escritor e poeta 

O Poder da Fé



A vida e a morte são um grande mistério que somente nos é respondida pela fé. Sem ela a existência humana, torna-se sem sentido. Para uns, sem a fé, perde-se a alegria e a esperança de viver, pois a violência, a injustiça, as desigualdades, as maldades das pessoas e os sofrimentos humanos como doenças, mortes, etc. desfazem o brilho da vida.

Sem a fé o homem tende ser ainda pior do que é, devido intensificar o egoísmo, por acreditar em sua finitude e assim, vive de maneira a realizar todos seus sonhos e vontades independente a felicidade dos outros, ou seja, vale tudo para o ter e o poder. Sem a fé, qualquer sofrimento possui uma grande dimensão, por não recorrer espiritualmente, levando pessoas adquirirem doenças emocionais. Pois, em determinados acontecimentos somente a fé pode manter-nos equilibrados diante situações onde nossa humanidade não consegue suportar.

Quando refletimos a Bíblia e a Ação de Deus na humanidade, mais uma vez, podemos perceber a existência deste Deus amoroso e misericordioso, pois, que seria da humanidade sem Deus? Sem acreditar na imortalidade da vida? Ou seja, a existência de Deus é uma necessidade humana para continuar viver e a se amar. É uma necessidade para enfrentar o sofrimento e conseguir vence-lo pela fé num Poder acima do homem, que dá a ele esperança e o faz procurar ser melhor. A existência de Deus é uma necessidade humana para lutar pela justiça e para amar o próximo como a ti mesmo. Enfim, a introdução na vida humana da espiritualidade, de um Deus é um outro grande mistério do amor de Dele para com a humanidade, ainda que nada de grandioso tivesse ocorrido como a própria vinda de Jesus. No entanto, a sua vinda veio confirmar e ratificar a existência de um Deus Amor que em Jesus, renovou a fé e solidificou a sua existência, onde o homem, tem como fundamento a existência de Deus, na pessoa também de Jesus.

Mesmo diante deste grande mistério que é a vida e a morte, a fé é essencial na vida do Ser humano, para que procure viver a alegria da vida, mesmo diante o sofrimento, mesmo diante as injustiças e o faz promover a paz diante a violência amando seu o próximo apesar de seus erros. A fé nos faz atravessar caminhos escuros, na certeza de vencer os obstáculos da vida quando estes parecem ser nosso fim. Enfim, independente como as crenças concebem Deus e Jesus e as doutrinam seus seguidores, a fé é a esperança da esperança. É a razão para sermos melhores. É o balsamo do consolo e do conforto para os que sofrem e, é nela que encontramos os pilares para sermos felizes e sendo melhores cada vez mais do que somos.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A fé e a morte de um filho


Um dia partimos desta vida de uma maneira ou de outra; ancião ou ainda no útero; criança, adolescente, jovem ou adulto. Partiremos de maneira calma ou violenta; lentamente ou subitamente; não importa a forma; a certeza é que um dia iremos.

Da mesma maneira que iremos, perderemos amigos, parentes ou entes que amamos e que levarão consigo parte de nós. Certamente, com suas partidas iremos encontrar mil desculpas para justificar ou aliviar nossa dor. Porém a certeza única é que cada um de nós tem seu momento em que seremos chamados a dar continuidade na vida de uma outra forma.

O que fazer? Como encarar esta dor? A resposta também estará em cada um, segundo seu psiquismo, segundo sua crença ou não crença. O que temos de certeza é que a vida não é como um aparelho audiovisual que se pode voltar e reiniciar novamente ou como o autor de uma novela que refaz seu final, segundo o gosto do telespectador. Portanto, a vida continuará seu curso e aqueles que perderam seus entes amados terão que reaprender viver, sem ter mais a presença física de seus falecidos.

A fé é acreditar naquilo que não se vê como realizado, ou seja, a fé é acreditar na esperança já a vivenciando-a, ainda que não possa tocá-la e nem senti-la. Mesmo que sentimos frágeis e volta e meia, questionamos Deus, a fé nos faz continuar a acreditar Nele, mesmo que sintamos enorme dor e não encontramos a respostas que procuramos de maneira lúcida e imediata. Os pensamentos de Deus não são como os nossos e o tempo Dele é completamente diferente do nosso. Enfim, a fé é um mergulhar no invisível.

A fé não é uma maneira de automanipulação e encontrarmos consolo para nossas dores, mas é uma visão além do físico, além da matéria, além daquilo que nossa razão pode enxergar e que tem forma quando observamos os acontecimentos a nossa volta. Quando temos a sensibilidade de perceber nos detalhes situações que somente são respondidas por esta mesma fé.

Se mesmo tendo fé, passamos por momentos difíceis de aceitação, imaginamos sem ela! Certamente, a vida perde seu total sentido e tudo, torna-se num desespero, por não ter onde se apegar. Por não conseguir aceitar palavras de vida e de esperança pronunciadas por aqueles que possuem suas crenças. Por não conseguir ver nos acontecimentos, a presença de Deus consolando-o e confortando-o.

Em suma, somente a fé é capaz de nos fazer resistir e sobreviver à dor mais profunda que pode haver, que é da perder um filho, porque é nela (fé) que se encontra a razão de viver. Somente ela, nos faz acreditar que nossos entes estão vivos e que um dia estaremos novamente com ele e assim, ameniza a dor da saudade que permanecerá até o fim de nossos dias.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta